Sobre o Orçamento Participativo e o projecto que pretende elevar as touradas em Portugal a património da Humanidade

Pela sua natureza e pelos seus estatutos, a União Zoófila é contra as touradas.

Sabemos que, há muito, desde que enfrenta a redução do número de espectadores nas praças de touros, a indústria tauromáquica vem pressionando a Unesco para que as touradas em Portugal, e na meia dúzia de países da União Europeia onde ainda ocorrem, sejam consideradas património da Humanidade. Sem resultado. E, acreditamos, é muito pouco provável que tal venha a acontecer.

De qualquer forma, tomámos conhecimento de que esta indústria está a mobilizar-se para obter 200 mil euros dos impostos dos portugueses com vista a iniciar o processo de classificação das touradas como património da Humanidade, através do Orçamento Participativo.

Queremos lembrar que o Estado já financia as touradas. Mesmo se não dá qualquer apoio a associações que, como a União Zoófila, fazem, vocês sabem com que esforço, o trabalho que o Estado se demitiu de fazer no que concerne ao acolhimento, recuperação e encaminhamento para adopção de animais abandonados.

O Estado tem entendido que tratar deste assunto é matar centenas de milhares de cães e gatos em canis municipais.

Do nosso ponto de vista, dar mais 200 mil euros para que se torturem animais quando as associações que os protegem vivem em extrema aflição seria escandaloso. (Nós sabemos o que é querer salvar um animal e não ter como senão pedindo muito, a todos vocês que nos seguem.)

Por isso, para que tal não aconteça, associamo-nos ao movimento da sociedade civil que apela ao voto dos cidadãos num projecto do OPP que verdadeiramente promove a cultura.

Entrem no site do OPP e votem no projecto Cultura para Todos, com o nº 463, que visa proporcionar o acesso a livros a toda a população, bem como a livre entrada de jovens em museus e outros espaços culturais. Também podem votar através de sms.

E ajudem a UZ, que tem milhares de euros em dívida a hospitais e clínicas veterinárias, onde são tratados animais ao nosso cuidado a quem todos viram as costas. E que o Estado faz questão de ignorar enquanto atribui subsídios para que os touros sejam massacrados nas arenas.