Ser voluntário

Ser voluntário, dar trabalho a seres humanos ou outros animais a quem tudo foi tirado, é um assunto muito sério.

Ser voluntário na União Zoófila é presença, é trabalho, é afecto consistente. O resultado é confiança.

Não gostamos quando a palavra voluntariado é usada para referir-se a trabalho não remunerado aproveitado por empresas com lucros de milhões de euros. É dar à palavra um sentido que ela não tem.

Fazer voluntariado é outra coisa. É dar a quem não tem nada. É dar àqueles a quem todos fecham os olhos. É dar àqueles que, social e politicamente, continuam a valer menos que nada. Só nós sabemos o quanto valem! É um segredo só nosso, amigos.

A União Zoófila é uma associação que, sem apoios de qualquer ordem, sobrevive e tem ao seu cuidado quase 500 cães e 200 gatos abandonados.

A União Zoófila sobrevive porque há sócios que pagam quotas e pessoas que apoiam o nosso trabalho e, na medida das possibilidades de cada uma, doam para que continue.

A União Zoófila está permanentemente em défice financeiro grave. Não abatemos animais porque são velhos ou doentes. Cuidamos deles.

Aqui para nós, devemos muito dinheiro a fornecedores de medicação e de ração especial, clínicas e hospitais veterinários.  E vamos pagar! Temos de pagar ou os animais à nossa responsabilidade verão as portas, uma a uma, fechar-se para eles.

Mas nunca seremos capazes de pagar a tremenda ‘dívida’ aos voluntários. Porque o trabalho que eles dão é inestimável.

As imagens testemunham o processo de aproximação e conquista de uma cadelinha recém-acolhida na União Zoófila à Liliana, voluntária no abrigo de Sete Rios. E falam sem ajuda das palavras.

Por isso calamo-nos.